“Anda já! Deixa os miúdos 5 minutos e vem ter connosco!”
Fui e deixei-os 5 minutos. Porque posso. Porque confio.
- Essas coisas são as que nos dão alento.
- Também não é para tanto, brinquei. Mas sim, D., é sim!
Voltei à sala. Apareci de rompante. Discutiam em grupo-turma as respostas. Organizavam o texto. Consultavam o dicionário. Procuravam sinónimos.
Não quis interromper. Deixei-os a sós. Saí para o corredor. Aproximei-me da janela. Atrás de mim, a sala.
“Não! Mete só atitude de cobarde”, “tira o “de”, só atitude cobarde”, “é que a terceira opção o Ega não propõe, ele afirma.” “Então pomos: Ega afirma que Carlos vai escarretear” “Acho que devia ser aí uma vírgula”, “Qual é o problema?” “Ela está sempre a dizer que temos de usar os conectores!”.
Ouço-os pensar. Sinto-os a viver o texto. E é tão grande o que (me) fazem. E não sabem que (m)o fazem.
Olho-os. Tanta vida a pulsar. Ouço-os com o coração, onde moram, malandros!
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