Quem sou





Sou Antónia Mancha. Foi este o nome que me deram e nele vivi, desconfortável, até o tomar como inevitabilidade, tornando-se mais fácil a convivência com ele, e com quem sou.
Nasci no Alentejo da imensa planície solitária e das portas abertas nas noites estivais. Nasci lá longe, no meio de nenhures e de lá fugi, como medo do silêncio da paisagem e das vozes que se me criavam no pensamento.
Hoje estou mais a sul, ainda. Aqui "onde a terra acaba e o mar principia" e onde o marulhar do azul me resgata às mãos da terra seca.

Aqui, em Lagos, onde as vozes da inquietação serenam na espuma branca das ondas.

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