
Hoje comecei a pregar às 08:30 e assim foi até ao
toque do sino, lá pelas 13:15. Ali pelas 10 e picos, andávamos à volta do profeta
Jonas e da grande desgraça que lhe aconteceu. A I. quis contar tudo o que
sabia, e sabia tudo o que era preciso saber: Jonas, que no enquanto da
tempestade divina, provocada pela sua desobediência, dormia, recusando-se a
invocar a clemência do seu Deus, foi atirado ao mar pelos marinheiros que,
aflitos, tentavam salvar a embarcação. Vai daí, passava uma baleia, que o
engoliu. Mas não havia acaso nesta passeata do animal: fora enviada pelo mesmo Deus do profeta, a ver
se este voltava aos caminhos do Bem. Durante três dias e três noites, Jonas
viajou no ventre do imponente mamífero, onde aproveitou para orar
fervorosamente, abrandando, assim, o coraçãozinho do Todo Poderoso, que fez com
que a baleia vomitasse o profeta, perfeitinho para ir à sua vidinha. E ele lá
foi. Abrir os olhos aos pecadores de Nínive.
Depois da explicação
dada pela I., depois “Os homens tiveram entranhas para deitar Jonas ao mar, e o
peixe recolheu nas entranhas a Jonas, para o levar vivo à terra.” E do jogo de
palavras e do contraste entre o comportamento de uns e outros, e do que “sim,
estamos a perceber tudo”, a minha T. levanta uma questão. Antes, porém, importa
que se saiba da sua expressão: manita levantada, que a T. é uma jovem que
respeita as regras, face simultaneamente sorridente e confusa, como quem se ri
da própria pergunta, mas a qual não consegue evitar, porque a curiosidade é
muito maior, questiona:
- Mas, oh, pressora,
então mas a baleia vomitou-o por onde? Por aquele buraco (e começou a
gesticular e a apontar para a sua nuca, referindo-se espiráculo do bicho) ou
foi pela boca?
Eu cá, como sei muito
de baleias, disse-lhe logo que o “buraco” era usado pela baleia para respirar,
que Jonas tinha saído pela boca, mas que, na verdade, nada daquilo tinha
acontecido. E prossegui com a aula.
Rapidamente.
Porque a expressão da
T., à ideia de nada daquilo ter acontecido, teria de me levar a Adão e Eva e a
matéria deste ano começa ali pelo séc. XVII. Além disso, pensei no futuro: quando,
lá para julho, na reunião de grupo, me perguntarem se cumpri o programa, não iria poder alegar atrasos, em nome de uma visita ao Éden.
E assim vão os dias…
paradisíacos.
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