- Ahí, até rimou!
Eu cá até nem sou disto, mas disse:
- Sabes, eu sou mesmo assim, H., abro a boca e sai poesia!.
- Já o H. calado é um poeta. – disse logo o F., que até nem
é muito de se manifestar.
Prosseguiu a aula, eu a emanar poesia a cada palavra, a
turma que sim, que entendia, tudo conforme, até que o A. disse assim:
- Pressora, atão o símbolo cénico do Judeu
é a cabra, não é? – que sim, dizia eu, já a adivinhar a pérola que estava
prestes a proferir – e o símbolos cénicos estão, tipo, associados aos pecados
que as personagens cometeram em vida, não é? – que sim, embora, esta personagem
se destacasse por…
- Ahí, eu nem quero pensar no que ele fez à pobre cabra! –
isto foi dito com a manita sobre a testa, como quem imagina aquilo em que dizia
não querer pensar.
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