Hoje falou-se de eufemismos. E vá de tentar que os
moços descobrissem, e vá de dar uma ajuda, e vá de insistir, até que, o G.,
muito despachado, como só ele sabe ser, se saiu com esta pequena pérola:
- Oh pressora,
isso do eufemismo é o mesmo que, tipo, eu andar com uma rapariga e querer
acabar com ela e em vez de lhe dizer “ - Não quero saber de ti para nada…”,
dizer , tipo, “Ah, eu não te mereço, tu não tens culpa nenhuma, mereces alguém
melhor do que eu…”
- Isso! Isso mesmo, G.! – respondi eu,
satisfeitíssima por o pequeno ter dado uma demonstração clara de ter entendido
tudo muito bem.
Ora, a A. não se quis ficar atrás, e vá de dar
também provas de toda a compreensão que se abateu sobre ela:
- Pressora, – dizia-me – é assim, tipo… a minha tia ‘tava… quer dizer, a minha avó morreu, não é?
- Não sei… -respondi entre o lamentar o
desaparecimento da senhora e o tentar perceber onde estava a jovem A. a tentar
chegar.
- Sim, pressora,
morreu! Mas, tipo¸o meu pai quando
chegou a casa disse à minha mãe, em vez de “ela morreu”, disse tipo “ A tua mãe finou-se”! – esclareceu
a A., terminando com uma estrondosa gargalhada, que os outros pequenos iam
começar a acompanhar, mas que estancaram, depois de se aperceberem de que eu
não me estava a rir.
- Certo, A., claramente entendeste o que é um
eufemismo. – disse-lhe. Gostava de ter comentado que não entendi a referência à
tia, mas achei que seria uma longa conversa, que exigiria um tempo de que não
dispunha.
Ainda na mesma aula, a determinada altura, percebi
que não me estava a fazer entender… aliás, o F. até pediu:
- Poderia ser mais explícita, pressora?
Eu queria que chegassem à ideia de juventude, vai
daí, saiu-me uma questão inocente:
- Reparem, eu tenho 39 anos, vocês têm 12, então,
em relação a mim, vocês são o quê??
- Burros, pressora!
– foi a resposta.
Importa dizer que veio em coro.
São uns queridos, os mocinhos…
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