DIA 30 - A APANHA DE GAMBOZINOS



Hoje, após uma daquelas saídas parvas que me dão amiúde, falámos sobre gambozinos e percebi que, aparentemente, ninguém sabia de que se tratava. Nem eu. Mas isso eu não contei, que professor que é professor sabe muitas coisas, inclusivamente o que são gambozinos!
Ora, decidi que nada melhor do que uma aula prática: pedi aos meus jovens alunos, como TPC, que, na aula seguinte me trouxessem um gambozino! 
Começa o burburinho: uns porque não tinham percebido o que era para fazer, outros porque estavam cheios de testes e agora ainda vinha eu com mais um trabalho, até que, finalmente, uma alminha perguntou o que era um gambozino.
- Ora é precisamente por isso que peço este trabalho: pesquisem, leiam e tragam-me um na próxima aula. - ia eu a responder, mas não tive tempo, pois a resposta clara e objectiva, veio do M., que pouco se interessa por Português, mas que sabe tudo sobre gambozinos:
- 'Tão, basicamente vais procurar um bicho que não existe! - rematou, seguríssimo, diria eu, se não tivesse acrescentado:
- A minha tia tem!
O pasmo foi geral, sobretudo o meu, que estava convencida de que estes bichos não existiam e, afinal, a tia do M. tem-nos,  na sua quinta no Ribatejo.
-Parecem, assim, tipo patos.
- Oh, M., então se a tua tia tem uma quinta, deve ter lá vários animais, certo? Que sim, respondia-me.  - Então não será um pato verdadeiro em vez de ser um gambozino tipo pato? - perguntei, verdadeiramente confusa.
- Não pressora, é tipo assim um pintainho...
- Certo M., e não será um pintainho verdadeiro?
- Oh pressora! - o tom começava a ser de exasperação.
- Ah! Então gambuzinos são pintainhos, é isso?
- Oh, pressora, gambozinos não existem! - rematou com com veemência, dando por encerrado o assunto.
Eu é que quis saber como tinha o M. chegados àquelas comparações. Percebi, depois de pesquisar, ou seja, depois de fazer o TPC que tinha pensado mandar fazer. 

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