Assalto ao aeroporto

 


"Foi bom", "ainda apareceu um punhado de gente", "não fizemos má figura".Estas foram as expressões que ouvi no fim da acção que hoje a Missão Escola Pública levou a cabo em todos os aeroportos do país. Estive, naturalmente, no de Faro. Também me quis convencer de que havia sido superada mais uma prova. Mas não, não consegui acreditar naquilo que dizia e ouvia. Tal como a maioria dos colegas que ali estiveram. Na verdade, todo o Algarve se resumiu a uma centena (sendo optimista) de pessoas. Onde estiveram todas as outras? De Faro estiveram três colegas!! O que custa perder duas horas, duas horas, para continuar a marcar a nossa posição? Não foi pedido nada a ninguém, apenas a presença, mas foi pedir muito.
Se eu fosse o Ministro da Educação, estaria a esfregar as mãos de contentamento. Está a resultar. Somos uns fracos enquanto classe. "Estamos cansados", "isto não vai dar em nada". Estamos pois, estamos cansados, mas se pararmos agora, estaremos a deitar por terra 4 meses das nossas vidas, se pararmos é que "não vai dar em nada"!
É assim tão difícil de entender, caramba?
Também não deixa de ser curioso que os "obreiros", os que desde Dezembro se continuam a concentrar à porta das escolas, os que constroem, mobilizam, ouvem o que não merecem, são os que estão sempre em tudo. Não entendo, então, o cansaço que os demais dizem sentir. Será cansaço de nos ouvirem?
Será que quem, obstinadamente, continua a puxar a carroça não tem vida própria, não tem compromissos, não tem trabalho? É claro que não me refiro aos que, de facto, têm motivos que os impedem de estar presentes, refiro-me aos outros, àqueles para quem tudo é desculpa. Quando não se quer, tudo serve para se justificar. E é lamentável.

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