Dia 13 - A falta de uma pessoa



Faltei, por um motivo, cujo enquadramento legal é insuspeito, mesmo assim, ao fim do dia fui à escola para uma reunião. 
Mal entro, um pequeno grupo de alunos chama-me. Aproximo-me, a medo, sempre a medo.
- A pressora faltou 
(Desculpem-me a ausência de pontuação, mas não sei que ponto ali hei-de colocar.)
Respondi com um sim impaciente e subi as escadas, enleada em pensamentos desordenados.
Mas o que pretendiam eles? 
Aquilo era uma pergunta? Se sim, era parva:
- Sim, faltei, acaso não deram conta de que não tiveram aula?
Se era uma afirmação, como quem dá uma informação, era parva:
- Sim, eu sei que faltei.
Se era um exclamativo brado de dor pela minha ausência, era bonito:
- Não se preocupem, que irei repor a aula. (Já imagino o júbilo dos pequenos)
Numa ínfima possibilidade, veio-me à ideia de que poderia ser  uma manifestação de incontrolável contentamento pela minha ausência, hipótese que afastei de imediato, já que a resposta que me surgiu não a poderia jamais escrever aqui.

Ficará, para sempre, a dúvida. 

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